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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Porque retornar ao ENVOLVIMENTO ECUMÊNICO ?

Dino Arí Fernandes


Dentre as sérias decisões do Concílio Geral da Igreja Metodista, está a que retirou-a dos órgãos ecumênicos onde a Igreja Católica Romana e Religiões não cristãs fazem parte: CONIC, MOFIC, CESE e outros.


Às vésperas do próximo Concílio Geral, há movimentos inconformistas e de quem desrespeitou até ostensivamente tal decisão, clamando pelo retorno – que me faz pensar: PORQUE RETORNAR ?

O que ganharíamos como IGREJA METODISTA com isso ?

O que ganhamos de fato quando fazíamos parte de tais órgãos ?

Porque para os que não concordavam com as posturas do passado tinham que prestar obediência cega, calar-se diante de imposições de SDs e de líderes denominacionais ditos “mais cultos” ou “mais letrados”, obrigados a “curvarem-se” e realizarem cerimônias ditas “ecumênicas”, adotar liturgias estranhas a nossos princípios doutrinários e genuínas recomendações wesleyanas, ouvindo inúmeras vezes em tons críticos e dominadores: “OS INCOMODADOS QUE SE MUDEM”

É REALMENTE necessário voltar atrás e calar-se às injustiças eclesiais que nos foram impostas, à guisa de “ser bom para a imagem da Igreja Metodista e suas instituições” ?

Durante esse período de “cativeiro teológico e institucional” perdemos membresia, liderança expressiva na evangelização, discipulado, no real testemunho de vida no altar perante a sociedade, alimentamos os vazios de crescimento aos sons dos jargões “o que nos importa é qualidade e não quantidade” – quando, na verdade, as falácias nessa linha multiplicaram-se com desculpas de que “estamos fazendo um pastorado de manutenção”, com o desejo de se ter uma Igreja voltada apenas para “justificar um nome qualquer” – olhando o passado, envergonhando-se do presente e sem esperanças no futuro....

Vale à pena “pensar em voltar atrás” ?

Com toda a certeza para alguns “SIM” !!!

Afinal – uma igreja que cresce numericamente é complicado – principalmente para manter a “democracia” – pois é gente demais para ter que dar satisfação, prestar contas, dividir o poder de governo, “dar palpites” – enfim: GENTE DEMAIS É DIFICIL CONTROLAR !!!

Quanto menos gente.... MELHOR !!!

Menos preocupação missionária – e por falar em “missionária”, não precisamos (com pouca gente) nos preocupar com “O NOVO NASCIMENTO” como experiência “sobrenatural” – pois fica mais fácil explicar tudo cientificamente....

Menos gente... fica mais fácil manipular teologicamente – e certamente que nossos mestres e doutores terão mais espaços para “deitar suas sanhas filosóficas” – torna fácil “intelectualizar” mais nossa Igreja – afinal, ELA precisa ser da “elite” mais que “do povão”....

Muita gente é complicado, pois fica o “povão” querendo ir para concílios e neles querem falar, ocupam cargos com “idéias retrógradas” – que incomoda os mais “refinados”, e quando juntam-se em concentrações e movimentos cúlticos, logo começam a “bater palmas”, “erguem as mãos em oração”, “dançam ao som de musicas evangélicas mais modernas”, “cantam de forma mais livre”, introduzem sempre “outras novas musicas com letras mais livres e fáceis de compreender”, começam a “ter idéias expansionistas” abrindo pontos missionários, congregações, vão para os programas de rádio, inundam praças e jardins com cartazes com “slogans” de santidade e distribuem folhetos religiosos, oram por pessoas indiscriminadamente.... PERTURBAM MUITO !!!

Muita gente é complicado para a Igreja Metodista, pois é membresia nova e renovada, muitos vindos de outros redis até, que não aceita o homossexualismo como prática comum, ficam falando em “santidade bíblica” trocando experiências o tempo todo – e aí o negócio complica mais, pois vem com a história de que temos que combater o consumo de bebidas alcoólicas, ver o casamento em santidade, estimulam o casamento entre os que são da mesma fé, falam em dízimos, organizam reuniões de orações e estudos bíblicos nos lares, oram uns pelos outros.... e CRESCEM COMO COELHOS – CADA VEZ MAIS....

É complicado continuar crescendo, pois isso exige do pastor mais amor ao rebanho e aí também a coisa fica complicada... Afinal, como explicar que temos que “garantir” o emprego de “alguns” se novas safras de clérigos estão surgindo ?

Com crescimento numérico surgem outros que dizem terem “recebido o chamado de Deus para o ministério” – pessoas que preocupam-se com melhor preparo para a oratória, uso de parafernálias tecnológicas que atraem mais gente.... Aí... com crescimento maior ainda...

É COMPLICADO !!!

ANTES DE PENSAR EM RETORNAR – é bom indagar: PORQUE os inconformistas desrespeitaram as decisões do último Concílio Geral no tocante à saída da IM dos órgãos ecumênicos, sendo que no passado obrigaram TODOS a obedecerem-nas ?

Muitos deles sabem que DEPENDEM DOS ÓRGÃOS ECUMÊNICOS para manterem-se em seus empregos....

Uma das delegadas aqui da 3ª RE – no último Concílio Geral chorou bastante, pois tinha emprego num desses órgãos e VOTOU CONTRA a proposta pensando no seu sustento e de suas filhas....

E nós a elegemos para “PENSAR NA IGREJA METODISTA” e não em si mesma !!!

Será justo pensar meia no nosso bem estar “pessoal” do que no da Igreja Metodista como um todo ?

Será justo defender mais e melhor nossas “instituições” (principalmente as de ensino secular) do que o “povo metodista” (que é a causa da existência da Igreja Metodista) ?

É bom indagar: QUANTAS PESSOAS FORAM TRANSFORMADAS - de fato - PELO PODER DE DEUS – que a isso chamamos de NOVO NASCIMENTO – através de nossas instituições de ensino ?

Em contrapartida, quantos deixaram as fileiras de nossa Igreja Metodista por causa delas ?

Por elas muitos de nossas lideranças mentiram ao governo e à sociedade – ISSO É DE DEUS ?

Por elas muitos traíram ministérios....

Por elas muitos traíram casamentos, contratos civis, legislação pátria, compromissos missionários...

Com todo o respeito aos defensores do retorno da IM aos órgãos ecumênicos: VALE À PENA ?

Os que não apreciam minhas manifestações – perdoem-me, mas não posso omitir-me diante das confusões que propagam ao nosso povo entre: ECUMENISMO e DIALOGO INTER-RELIGIOSO (bem diferente), ECUMANISMO e EXUMANISMO e outros “ismos” mais – que na maioria dos casos visa muito mais seus personalismos do que a preocupação real com a Igreja Metodista que amamos – com todo o respeito !!!